Úlceras Genitais
Sífilis, Cancro mole, Linfogranuloma venéreo, Herpes genital e Donovanose.
O diagnóstico entre essas é realizado através das diferenciações entre o número de úlceras, o aspectos dessas, a presença ou não de dor na úlcera, presença ou não de linfadenopatia, e presença de fistulização.
Sífilis (Lues, mal venéreo, mal gálico, sifilose ou lues venérea)
É definida como uma infecção sistêmica crônica, e na maior parte dos casos é transmitida sexualmente. Sua evolução envolve períodos sintomáticos, quando a doença está ativa, e períodos de latência.
Agente etiológico: Treponema pallidum. Este agente cresce em locais úmidos, principalmente na boca e regiões genitoanais.
Classificação
Recente – até um ano após a infecção e divide-se em primária, secundária e latente recente.
Tardia – com mais de um ano de evolução e divide-se em latente tardia e terciária.
Sífilis primária (cancro duro) se define por lesão ulcerada, pouco dolorosa ou indolor, com bordas endurecidas, fundo liso, brilhante e secreção serosa escassa, que persiste por 4 semanas e costuma resolver-se espontaneamente.
- Adenopatia regional unilateral, móvel, indolor e múltipla costuma aparecer 7 a 10 dias após o aparecimento da lesão primária.
Sífilis secundária é definida por lesões cutaneomucosas não ulceradas, simétricas, roséolas, pápulas eritematosas/acastanhadas, alopecia, madarose, placas mucosas e lesões pápulo-hipertróficas/condiloma plano.
Estas lesões aparecem de 4 a 8 semanas após o desaparecimento do cancro duro. E pode estar acompanhada de linfadenopatia generalizada, artralgia, febrícula, cefaléia, adinamia...
Desaparecem em 2 a 6 semanas e a infecção entra em fase latente.
Fase latente (recente e tardia) ocorre sem sinais e sintomas (ASSINTOMÁTICA), e pode durar de 3 a 20 anos. Alguns pacientes permanecem nessa fase pra sempre e sem complicações, e caso isso não aconteça, progridem para a sífilis terciária.
Sífilis terciária apresenta-se com tubérculos (gomas), tabes dorsalis (lenta degeneração de neurônios que carregam informações sensoriais para o cérebro), aneurisma aórtico e artropatia de Charcot.
Diagnóstico
Pode ser feito de 3 formas:
- Pesquisa direta (campo escuro) de material colhido da lesão ulcerada (sífilis primária), condiloma plano e placas mucosas (s. secundária) ou punção de linfonodos acometidos. Este é o padrão ouro!
- VDRL e RPR (sorologia não treponêmica – é reativo a partir da segunda semana após o surgimento do cancro duro).
VDRL sugestivo:
- títulos > 1:4
- aumento dos níveis em 4 vezes – sorologias seqüenciais
- positivação dos títulos em pc com sorologia prévia negativa - FTA-Abs (o mais utilizado), MHA-TP, TPI, TPHA (sorologia treponêmica) – esses testes confirmam o contacto com o treponema. Este exame é o primeiro a positivar.
Consequências da sífilis na gravidez
- Crescimento intrauterino restrito
- Óbito fetal
- Óbito neonatal
- Parto prematuro
- Anomalias congênitas
Quanto mais recente a infecção, maiores são as taxas de transmissão vertical da sífilis.
Para diagnóstico a sorologia não treponêmica é recomendada (VDRL).
Tratamento
Baseado na Penicilina G Benzatina 2.400.000 UI IM profunda
- Para sífilis primária a dose é única. Alternativas: Eritromicina, Doxiciclina ou Tetraciclina.
- Para sífilis secundária e latente recente são realizadas duas doses com intervalo de 1 semana. As alternativas são as mesmas de sífilis primária.
- Para latente tardia e terciária são três doses com intervalo de uma semana. Alternativa: Doxiciclina, Eritromicina e Tetraciclina.
- Para gestantes também é usada a penicilina G benzatina e as doses são de acordo com a fase da doença.
Obs: Tratar o parceiro!
Controle da Cura
Na sífilis primária ou secundária os títulos de VDRL caem ao longo de um ou dois anos, negativando-se em cerca de um ano para sífilis primária tratada e dois anos para a secundária. O seguimento deve ser realizado com sorologias de 3/3 meses no primeiro ano. Em gestantes a sorologia deve ser mensal.
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