quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Candidíase Vulvovaginal

É a segunda causa mais comum de corrimento vaginal (vulvovaginite), e consiste em uma infecção da vulva e vagina causada por um fungo que habita a mucosa vaginal e digestiva, e cresce quando o meio se torna favorável para seu desenvolvimento. É capaz de se proliferar em ambiente ácido, independente da ação dos lactobacilos.
Os casos de candidíase são atribuídos principalmente à Candida albicans.
Este fungo faz parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas, e a relação sexual não é principal forma de transmissão (não sendo considerada doença sexualmente transmissível por alguns autores).
São fatores de risco:
  • Gravidez
  • Diabetes Mellitus (desconpensado)
  • Obesidade
  • Uso de contraceptivos orais em altas dosagens
  • Uso de antibióticos, corticóides ou imunossupressores
  • Hábitos de higiene e vestuários inadequados (reduzem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local)
  • Contato com substâncias irritantes (talco, perfume, desodorante)
  • Alterações na resposta imunológica (HIV)

O quadro clínico depende do grau de infecção e da localização do tecido inflamado. Seu início é súbito e tendem a exacerbação uma semana antes do período menstrual (acidez vaginal é máxima). São alguns:
  • Prurido vulvovaginal, que é o PRINCIPAL sintoma
  • Queimação vulvovaginal
  • Disúria
  • Dispareunia
  • Corrimento branco com aspecto “leite coalhado”
  • Hiperemia e edema vulvar
  • Escoriações de coçadura
  • Fissuras
  • Vagina e colo recobertos por placas brancas, aderidas à mucosa
Obs: O parceiro sexual pode se quixar de irritação e hiperemis do pênis ou balanopostite (inflamação da glande e do prepúcio)

A candidíase pode ser classificada em doença complicada e doença não complicada.

Variáveis
Dç. não complicada
Dç. complicada
Sintomas ou
severidade
Suave ou moderada
Graves
Freqüência
Esporádica
Recorrente (>4
episódios/ano
Organismo
Candida albicans
    Espécies não-albicans
Hospedeiro
Normal
Anormal (DM desonpen-
sada, infecções recorrentes,
gravidez, imunossupressão)

Diagnóstico
Quadro clínido sugestivo + exame a fresco (exame microscópico com hidróxido de potássio a 10% e coloração pelo Gram revela pseudo-hifas)
No caso de recorrência a cultura pode ser útil para pesquisa de espécies não-albincans.
-Infecção: fungo na forma de pseudo-hifas.
-Portadora assintomática: fungo na forma de levedura.

Tratamento
Recomenda-se a escolha do esquema mais curto para melhor adesão ao tratamento.
São usadas drogas antifúngicas e drogas azólicas (creme vaginal), e quando associados com corticóides, promovem rápido alívio dos sintomas vulvares.
Creme vainal: Butoconazol, Clotrimazol, Miconazol, Nistatina.
Medicação oral: Fluconazol, Itraconazol, Cetoconazol.

- O tratamento do parceiro não é recomendado de forma rotineira, sendo indicado em casos de balanopostite, e de candidíase vulvovaginal recorrente.
- O tratamento da candidíase recorrente é realizado através do creme vaginal que deve ser mantido por 10 a 14 dias, ou através do tratamento oral que é preferido em casos de recorrência, sendo o Fluconazol oral a droga de escolha.
- A candidíase grave caracteriza-se por eritema e edema vulvares extensos e pela presença de escoriações e fissuras. A conduta nestes casos é a associação entre devirados azólicos por 7-14dias e o fluconazol 150mg VO em doses seqüenciais (segunda dose 72hrs após dose inicial)
- Em casos de gravidez, os derivados azólicos de uso tópico estão indicados (7 dias).


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