É a segunda causa mais comum de corrimento vaginal (vulvovaginite), e consiste em uma infecção da vulva e vagina causada por um fungo que habita a mucosa vaginal e digestiva, e cresce quando o meio se torna favorável para seu desenvolvimento. É capaz de se proliferar em ambiente ácido, independente da ação dos lactobacilos.
Os casos de candidíase são atribuídos principalmente à Candida albicans.
Este fungo faz parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas, e a relação sexual não é principal forma de transmissão (não sendo considerada doença sexualmente transmissível por alguns autores).
São fatores de risco:
- Gravidez
- Diabetes Mellitus (desconpensado)
- Obesidade
- Uso de contraceptivos orais em altas dosagens
- Uso de antibióticos, corticóides ou imunossupressores
- Hábitos de higiene e vestuários inadequados (reduzem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local)
- Contato com substâncias irritantes (talco, perfume, desodorante)
- Alterações na resposta imunológica (HIV)
O quadro clínico depende do grau de infecção e da localização do tecido inflamado. Seu início é súbito e tendem a exacerbação uma semana antes do período menstrual (acidez vaginal é máxima). São alguns:
- Prurido vulvovaginal, que é o PRINCIPAL sintoma
- Queimação vulvovaginal
- Disúria
- Dispareunia
- Corrimento branco com aspecto “leite coalhado”
- Hiperemia e edema vulvar
- Escoriações de coçadura
- Fissuras
- Vagina e colo recobertos por placas brancas, aderidas à mucosa
Obs: O parceiro sexual pode se quixar de irritação e hiperemis do pênis ou balanopostite (inflamação da glande e do prepúcio)
A candidíase pode ser classificada em doença complicada e doença não complicada.
Variáveis | Dç. não complicada | Dç. complicada |
Sintomas ou severidade | Suave ou moderada | Graves |
Freqüência | Esporádica | Recorrente (>4 episódios/ano |
Organismo | Candida albicans | Espécies não-albicans |
Hospedeiro | Normal | Anormal (DM desonpen- sada, infecções recorrentes, gravidez, imunossupressão) |
Diagnóstico
Quadro clínido sugestivo + exame a fresco (exame microscópico com hidróxido de potássio a 10% e coloração pelo Gram revela pseudo-hifas)
No caso de recorrência a cultura pode ser útil para pesquisa de espécies não-albincans.
-Infecção: fungo na forma de pseudo-hifas.
-Portadora assintomática: fungo na forma de levedura.
Tratamento
Recomenda-se a escolha do esquema mais curto para melhor adesão ao tratamento.
São usadas drogas antifúngicas e drogas azólicas (creme vaginal), e quando associados com corticóides, promovem rápido alívio dos sintomas vulvares.
Creme vainal: Butoconazol, Clotrimazol, Miconazol, Nistatina.
Medicação oral: Fluconazol, Itraconazol, Cetoconazol.
Medicação oral: Fluconazol, Itraconazol, Cetoconazol.
- O tratamento do parceiro não é recomendado de forma rotineira, sendo indicado em casos de balanopostite, e de candidíase vulvovaginal recorrente.
- O tratamento da candidíase recorrente é realizado através do creme vaginal que deve ser mantido por 10 a 14 dias, ou através do tratamento oral que é preferido em casos de recorrência, sendo o Fluconazol oral a droga de escolha.
- A candidíase grave caracteriza-se por eritema e edema vulvares extensos e pela presença de escoriações e fissuras. A conduta nestes casos é a associação entre devirados azólicos por 7-14dias e o fluconazol 150mg VO em doses seqüenciais (segunda dose 72hrs após dose inicial)
- Em casos de gravidez, os derivados azólicos de uso tópico estão indicados (7 dias).
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